quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Doce Mistério da Vida


Composição: Victor Herbert / Rida Johnson Young (versão: Alberto Ribeiro)
Minha vida que parece muito calma
Tem segredos que eu não posso revelar
Escondidos bem no fundo de minh'alma
Não transparecem nem sequer em um olhar
Vive sempre conversando à sós comigo
Uma voz eu escuto com fervor
Escolheu meu coração pra seu abrigo
E dele fez um roseiral em flor
A ninguém revelarei o meu segredo
E nem direi quem é o meu amor...

Digo nãooooooo!

domingo, 24 de outubro de 2010

Turbulénsa

Mayra Andrade

Composição: Nitu Lima
 
U nha mãi!
Nha naviu ta navega n-es már turbuléntu
Marinherus ta kánta
Melodiâ pa transforma tempural na poeziâ
Briza di már
Da-m trazê-m inspirasãu pa armoniâ mundial
Vága enórme navega nha naviu
N-um pauta melódika i puétika
Balánsu di már
Balánsu di pás
Vida turbuléntu
Entra na témpu
Um témpu bensuádu pa Deus i Virja Mariâ

domingo, 17 de outubro de 2010

Te Amo




Composição: James Fauntleroy
Te Amo, Te Amo
She says to me, I hear the pain in her voice
Then we danced underneath the candelabra
She takes the lead
Thats when I saw it in her eyes
It's over

And she says Te Amo
Then she put her hand around me waist
I told her no,
She cried Te Amo
Told her I'm not gonna run away
But let me go
My soul hears her a cry, without asking why
I said Te Amo, wish somebody tell me what she said
Don't it mean I love you
Think it means I love you
Don't it mean I love you

Te Amo, Te Amo, she's scared to breathe
I hold her hand, I got no choice uhh
Pulled me out on the beach, danced in the water
I start to leave
She's begging me and asking why
It's Over

Then she says Te Amo
Then she put her hand around me waist
I told her no,
She cried Te Amo
Told her I'm not gonna run away
But let me go
My soul hears her a cry, without asking why
I said Te Amo, wish somebody tell me what she said
Don't it mean I love you
Think it means I love you
Don't it mean I love you

Listen we can dance
But you gotta watch your hands
Watch me all night
I'll move under the light
Because I understand
That we all need love
And I'm not afraid, I feel the love
But I don't feel that way

domingo, 26 de setembro de 2010

"Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão."

Clarice Lispector



Fui eu hoje!Improdutiva, inacabada e malfeita.
Desculpem a melancolia.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Culé de mexê dôce.

Ermano Morais
Teus amô é parecido cum culé de mexê dôce
Meus amo é cuma fosse o dôce que é mexido
E pra dize mais dizido teus amô vô cumparando
Cum fugão de lenha assando os bolo de sentimento
Que carrego cá pro dentro e que vão te alimentando

Teus amô tem as feição dos miolo dos toró
Das bença de minha vó dos chucaio dos truvão
Teus amô é cansanção numa pele de sodade
Teus amô é de verdade digo isso pro que vi
Teus amo me invadir numa noite de eternidade

Teus amô só me judia quando faz seus catimbó
E esconde em seus cocó as pegada das puisia
Pro donde eu caminharia pastorando os relampejo
E os rebanho de bêjo que teus amô me ofertando
Meus amô segue aboiando pros curral do meus desejo

Teus amô tava escrivido nas taba dos nevoêro
Nas conca dos imbuzêro nas prosa dos falecido
Nos rastro dos foragido no sabão das lavadêra
Nos canto das rezadêra nos oceano dos pote
E nas mola dos pinote das infância baguncêra

Teus amo tem as fragância das fulô que deus criô
E pingô no teus amo pra ti dar tanta cherança
Teus amô é as criança nas fulô das inucênça
Teus tem as urgênça das coisa que demoraro
E que por isso pagaro o imposto da intransigênça


 

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Poema Do Menino Jesus

 Num meio-dia de fim de primavera eu tive um sonho como uma fotografia: eu vi Jesus Cristo descer à Terra.
Ele veio pela encosta de um monte, mas era outra vez
menino, a correr e a rolar-se pela erva
A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo a
ouvir-se de longe.
Ele tinha fugido do céu. Era nosso demais pra
fingir-se de Segunda pessoa da Trindade.
Um dia que DEUS estava dormindo e o Espírito Santo andava a voar, Ele foi até a caixa dos milagres e roubou três.

Com o primeiro Ele fez com que ninguém soubesse que
Ele tinha fugido; com o segundo Ele se criou
eternamente humano e menino; e com o terceiro Ele
criou um Cristo eternamente na cruz e deixou-o pregado
na cruz que há no céu e serve de modelo às outras.
Depois Ele fugiu para o Sol e desceu pelo primeiro
raio que apanhou.
Hoje Ele vive na minha aldeia, comigo. É uma criança
bonita, de riso natural.
Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças
d'água, colhe as flores, gosta delas, esquece.
Atira pedras aos burros, colhe as frutas nos pomares,
e foge a chorar e a gritar dos cães.
Só porque sabe que elas não gostam, e toda gente acha
graça, Ele corre atrás das raparigas que levam as
bilhas na cabeça e levanta-lhes a saia.
A mim, Ele me ensinou tudo. Ele me ensinou a olhar
para as coisas. Ele me aponta todas as cores que há
nas flores e me mostra como as pedras são engraçadas
quando a gente as tem na mão e olha devagar para
elas.
Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo
que nunca pensamos um no outro. Vivemos juntos os dois
com um acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer nós brincamos as cinco pedrinhas no
degrau da porta de casa. Graves, como convém a um DEUS
e a um poeta. Como se cada pedra fosse todo o Universo
e fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cair
no chão.
Depois eu lhe conto histórias das coisas só dos
homens. E Ele sorri, porque tudo é incrível. Ele ri
dos reis e dos que não são reis. E tem pena de ouvir
falar das guerras e dos comércios.
Depois Ele adormece e eu o levo no colo para dentro da
minha casa, deito-o na minha cama, despindo-o
lentamente, como seguindo um ritual todo humano e todo
materno até Ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma. Às vezes Ele acorda de
noite, brinca com meus sonhos. Vira uns de pena pro ar,
põe uns por cima dos outros, e bate palmas, sozinho,
sorrindo para os meus sonhos.
Quando eu morrer, Filhinho, seja eu a criança, o mais
pequeno, pega-me Tu ao colo, leva-me para dentro a Tua
casa. Deita-me na tua cama. Despe o meu ser, cansado e
humano. Conta-me histórias caso eu acorde para eu
tornar a adormecer, e dá-me sonhos Teus para eu
brincar.
 
 Fernando Pessoa


domingo, 25 de julho de 2010

A Dona da História

A Noite pergunta ao Bobo:
"Bobo, que te importa mais nessa vida além do amor dessa menina?"
O Bobo respondeu: "Nada mais, Noite, só a Carolina."
"E a tua luta?"
"Carolina!"
"E o poder?"
"Carolina!"
"E a Glória?"
"Carolina!"
"E o mundo mais justo?"
"Carolina, Carolina, Carolina... Eu quero que o mundo se exploda, se eu não tiver a Carolina... Eu sou o bobo da tua noite, menina, o bobo da tua vida."



http://www.youtube.com/watch?v=ZebvGG9zIcM